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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Professora Isabel Cristina - Opinião

OPINIÃO
SAPO DE FORA NÃO QUER PULAR MURO DAS BOAS INTENÇÕES

Isabel Cristina dos Santos
Professora de Português e coordenadora do GDP da Escola Estadual "Dr. Antônio Batista do Nascimento"

De acordo com a História de nossa cidade, o seu fundador – Salvador Lourenço construiu dois muros paralelos que constituíam um corredor de sua casa à igreja, também construída por ele em homenagem a Nossa Senhora da Piedade; por esse corredor ia fazer suas orações junto com a família. No ato do ilustre desbravador que aqui chegou em primeiro lugar havia duas boas intenções, que ficaram longe de ser lamentar-se junto aos muros!
A primeira das intenções, acredita-se (e acredito!), era proteger suas filhas de olhares de cobiça. Ele não teve bom êxito – fato que hoje e contado por muitos com ironia e deboche que conhecem a historia infeliz de um pai que gostaria que o futuro das filhas fosse diferente. E, a partir daí muitos episódios misteriosos e inexplicáveis desse gênero passaram a ser considerados normais e corriqueiros com grau de seriedade cada vez maior.
A outra intenção do nosso primordial conterrâneo era fazer do corredor um elo de ligação entre dois pontos da cidade cujos extremos lhe traziam felicidade: o aconchego de seu lar na parte baixa da cidade e um ponto mais alto onde fazia suas orações e, que aos poucos, passou a ser o lugar dos encontros dos moradores.
Os objetivos do ilustre morador foi desmoronado, portanto, por fatos infelizes: o cuidado com as filhas escapou-lhe pelo infortúnio e a falta de informação de alguns da importância da bela construção derrubou os muros sem deixar remorsos.
Hoje o reflexo de tudo isso está estampado em nossa nova cidade: a educação de muitos filhos infelizmente continua a escapar pelas mãos de muitos pais, e a ligação tão harmônica entre partes da cidade não existe mais. Algumas famílias que aqui nasceram são muito conhecidas e valorizadas, outras razoavelmente conhecidas e valorizadas, outras pouco conhecidas e valorizadas. E ainda, outras nem conhecidas. Eu sou uma “Santos” tanto quanto muitos “Silvas” desconhecidos; sou um sapo de fora, mas que vim para cá e me orgulho de se piedadense – conhecida ou não.
Minha utopia é construir um grande muro que cerque toda a cidade, proteja-a de todas as influências externas negativas, desde os meios de comunicação até as pessoas e coisas que aqui entrem para mudar os valores e personalidade daqueles que aqui vivem.
Fui um sapo de fora, considero-me, hoje, uma piedadense. A minha entrada com minha família foi benéfica ou maléfica? Avaliem... Sei que convivo com pessoas de famílias diferentes e não consigo distinguir quem é melhor que quem. Mas é esta a pergunta que devemos fazer: aquilo ou aqueles que aqui chegam é benéfico ou maléfico para nossa cidade? Se não conseguirmos avaliar, é melhor fazer esse grande muro, valorizarmos o cidadão piedadense e cuidar de cada um como assim intencionou salvador Lourenço com sua pequena família (hoje a família só aumentou!). E eu, mesmo tendo sido um sapo de fora quero aqui permanecer, e não, pular o muro das boas intenções!

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